Em cidade com temperatura de 30 graus, ambientalista quer mudas de ipê nas ruas

José Ribeiro mora na cidade há 30 anos

Com temperaturas diárias beirando os 30°C, a cidade de Cabixi sempre colocou a prova a capacidade física dos moradores. Foi pensando em amenizar essa sensação térmica que o ambientalista José Ribeiro idealizou um projeto para plantar mais de mil mudas de ipês nas ruas da cidade.

A causa verde, segundo Ribeiro, é antiga. “Cheguei em Cabixi há 30 anos, quando a mata ainda estava sendo derrubada para criar o município. Na época, sugeri para deixassem duas quadras de mata nativa para que as futuras gerações conhecessem como era antes, mas fui tachado de louco”,  lamentou.

Desde então, nos últimos sete anos, Ribeiro sonda os políticos sem conseguir grande apoio. “Eles alegam que as árvores atrapalhariam a iluminação, sujaria as ruas, essas coisas”, contou.

Porém, a recusa não o desmotivou e, a pedido dos próprios comerciantes da cidade, entregou, no mês de março, várias mudas de ipês para que fossem plantados em frente ao comércio.

Paulo Santos é o dono de uma das relojoarias na cidade e ficou com cinco mudas. Além de apoiar a iniciativa, o comerciante destacou outro fator positivo. “Ipês são lindos, iria modificar a aparência e, ao mesmo tempo, refrescar o tempo por aqui, porque hoje, pode se dizer que quase não há árvores na cidade”, disse.

Segundo Ribeiro, o próximo passo é distribuir mudas de ipês de diversas cores para a população. A ação acontecerá na Semana do Meio Ambiente em Cabixi, que está prevista para os primeiros dias de junho. “Vamos mostrar que a nossa comunidade tem sensibilidade e bom senso, e quer uma cidade mais linda, com melhor qualidade de vida para nossas crianças e população no geral”, disse Ribeiro.

PREFEITURA

Segundo o coordenador da Coordenadoria Municipal de Planejamento de Cabixi, Valmir Martin Mackowiak, o impedimento ao projeto se limita apenas ao canteiro central da cidade, pois como a iluminação no local é baixa, se plantasse árvores de grande porte, isso afetaria diretamente a luminosidade na avenida.

“Mas quanto a arborizar o resto da área urbana, o ambientalista teria que entrar com uma ação formal, o que não foi feito até então. Assim, a viabilidade da proposta seria analisada pelas autoridades competentes”, explicou.