“Pedro Arrigo, não é o mandante e nem mesmo possui qualquer ligação com a chacina”, diz advogado

O advogado pernambucano de 53 anos, Romilson Fernandes, concedeu entrevista exclusiva ao site VILHENA NOTÍCIAS, na tarde desta quinta-feira, 22 de outubro, para falar sobre a acusação que envolve seu cliente, o agricultor Pedro Arrigo.

advogado_defesa_pedro_arrigo_22outubro2015_capa_bigthumb674Apontado no inquérito policial como o principal articulador da chacina ocorrida no último sábado, 17, na Fazenda Vilhena, linha 95, Gleba Corumbiara, zona rural de Vilhena, que vitimou 5 pessoas e deixou uma ferida a bala, Pedro Arrigo teve no início desta semana um mandado de prisão preventiva expedido pela justiça.

Renato Spagnol: Em relação à chacina ocorrida no último fim de semana, a justiça determinou a prisão preventiva de Pedro Arrigo, como suposto mandante do crime. O senhor já afirmou em entrevistas que seu cliente está fora de Rondônia e não tem ligação com este fato, porém, mesmo em outro estado o Pedro poderia ter dado a ordem para a execução. Há como provar que isso não aconteceu?

Romilson Fernandes: O meu cliente está ausente do estado. Ele foi abrir um estabelecimento comercial no ramo de comida japonesa, para ele, sua esposa e seu filho Júnior. Não é possível afirmar que o Pedro seja o mandante do crime. Primeiro, ele não possui terras naquela região e não participou daquele projeto de ocupação da fazenda. É importante salientar, que o projeto de ocupação da Fazenda Vilhena é da Associação Canaã, da qual o meu cliente não faz parte. Pedro Arrigo até março, era presidente da Associação Nossa Senhora Aparecida de Chupinguaia. As duas associações não possuem nenhuma ligação, então não têm motivos para que o meu cliente participasse daquele acampamento. O Pedro Arrigo nunca esteve naquela fazenda e não mandou executar o crime. Volto a afirmar que ele não tem ligação com a associação que estava à frente do projeto de ocupação e não tinha nenhum interesse em defender aquele pessoal que luta por aquelas terras.

R.S.: Algumas testemunhas e moradores da região da chacina, teriam dito que o Pedro Arrigo não teria envolvimento no crime, porém que a mulher dele, Eva Ortiz, poderia ser a mandante da chacina. O que o senhor pode falar sobre essas afirmações?

R.F.: Essa situação é nova. Eu não tinha conhecimento. Mas, eu volto a afirmar que Pedro Arrigo, sua esposa Eva Ortiz e o filho do casal estão desde março deste ano fora do estado de Rondônia. Como eu disse, eles possuem um empreendimento em outro estado, que não posso divulgar por motivos de segurança.

R.S.: O senhor conversou com seu cliente após a chacina. O que Pedro comentou sobre o crime que envolveu diretamente seu nome?

R.F.: Ele ficou assustado e ficou sabendo do fato através da mídia. Ele nega veementemente e enfatiza o fato de estar fora do estado há mais de 6 meses e por isso não ter participação.

R.S.: Como já foi expedido o mandado de prisão em desfavor de seu cliente, como o senhor pretende comprovar o não envolvimento de seu cliente?

R.F.: Primeiro eu preciso fazer o pedido de revogação de prisão. Mas, para isso eu preciso colher o máximo possível de provas para mostrar que ele não teve nenhum envolvimento na chacina. Provas que indiquem que de fato ele não esteve aqui. Isso provarei, pois apresentarei filmagens que mostram que ele estava trabalhando em seu empreendimento nos dias 17 e 18. Aliás, apresentarei também um boletim de ocorrência de furto do veículo do Pedro. Esse fato ocorreu no dia 14 de outubro, e apresentarei junto no pedido de revogação esse boletim que mostra que meu cliente está fora do estado. Outro detalhe para o pedido de revogação, é que algumas testemunhas teriam dito que o Pedro estava presente no acampamento e também estaria presente no dia do crime. Volto a dizer que ele não estava aqui e com base nisso farei o pedido de revogação. No caso do juiz negar o pedido, entrarei com um Habeas Corpus preventivo.

R.S.: Na noite de ontem um casal de sitiantes da região sofreu uma tentativa de homicídio. Com base nos últimos acontecimentos, o senhor acredita que este crime possa ter ligação com a chacina do dia 17? O senhor acredita que a justiça deva intervir imediatamente na região para evitar mais mortes ou esse risco não existe?

R.F.: Apesar das autoridades falarem que não tem nenhuma ligação, os fatos são que ambos os locais são muito próximos e os objetivos são muito similares. Ou de tentar intimidar as pessoas que estão na região ou de criar mais conflito. Podemos pensar também que eles estejam apenas querendo chamar a atenção das autoridades para a região. Aquela região é de interesse de posseiros, mas também é de fazendeiros e as autoridades precisam investigar.

“Eu gostaria de salientar, que nas primeiras matérias divulgadas por alguns veículos de comunicação de Vilhena, foi citado que o Pedro Arrigo era foragido da justiça e que ele estava sob liminar e não poderia deixar o estado. O Pedro possui um processo na justiça por uma questão ocorrida em Chupinguaia. Não somente ele, mas como todos os envolvidos ganharam na justiça o direito de responder em liberdade até o trânsito em julgado do processo. O que aconteceu foi que quando o processo no Tribunal de Justiça, foi indeferido, a defesa entrou com o pedido no Superior Tribunal Justiça – (STJ), mas o juiz local entendeu que essa ida para o STJ não suspendia a execução e mandou prender. Nesse momento nós entramos novamente com o pedido de Habeas Corpus que foi aceito. Ou seja, eles estão livres até o trânsito em julgado daquela ação de Chupinguaia”, finalizou o advogado.

 

FONTE: VILHENA NOTÍCIAS

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