Um protesto contra o governo de Michel Temer teve depredação de concessionárias e de pontos de ônibus e bloqueio de vias, como a Marginal Pinheiros, na noite desta sexta-feira (2). O ato começou pacífico no Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo, mas ficou violento depois de policiais militares impedirem os manifestantes de seguirem até a Praça Benedito Calixto.
Ao menos dez pessoas foram detidas. O número de manifestantes presentes no ato não foi divulgado pela organização ou pela PM. Este é o quinto ato que termina em violência nesta semana.
Com cartazes pedindo a saída de Temer, os manifestantes também afirmavam ser favoráveis a novas eleições presidenciais. Às 20h10, lideranças do ato concordaram que o protesto siga até a Praça Benedito Calixto, em Pinheiros.
Os PMs, porém, disseram aos manifestantes que não foram informados formalmente sobre esse ato. Manifestantes disseram que avisaram pelas redes sociais e que os soldados sabiam que haveria o ato, pois estavam no Largo da Batata desde o começo da tarde.
Às 20h50, os manifestantes começaram a andar na Avenida Brigadeiro Faria Lima em direção à Rua dos Pinheiros. Policiais com motos e outros com escudos fecharam a passagem. Diante do impedimento da PM, o grupo de mulheres negras, que tinha convocado o ato e o liderava, desistiu e foi embora.
Um grupo menor de manifestantes tomou a frente do protesto. Eles, então, seguiram entre carros pela Cardeal Arcoverde. Sacos de lixo foram espalhados pela via. Depois, entraram na Avenida Eusébio Matoso, onde depredaram uma concessionária e pontos de ônibus. Uma mulher foi detida em um ônibus na Avenida Eusébio Matoso, na Zona Oeste. Outros dois jovens também foram detidos.
Parte dos manifestantes desceu a via em direção à Marginal Pinheiros. Outra concessionária e mais pontos de ônibus tiveram vidraças quebradas. Lá, eles ocuparam a pista local e seguiram em direção ao Terminal Pinheiros de ônibus. Minutos depois, policiais militares chegaram até a marginal e detiveram sete pessoas para averiguação. A via foi liberada às 22h.
A região central de São Paulo foi palco de protestos contra o governo Temer nos últimos quatro dias. Na segunda-feira (29), os protestos foram na região da Avenida Paulista, onde a Polícia Militar jogou bombas para dispersar manifestantes.
Na terça-feira (30), manifestantes bloquearam estradas e vias importantes de São Paulo pela manhã. À noite, outra manifestação na Paulista foi encerrada com a polícia fazendo usa de bombas de gás lacrimogêneo.
Nesta quarta-feira (31), após o Senado votar pelo impeachment de Dilma Rousseff, a Paulista foi palco de duas manifestações, uma a favor do presidente Michel Temer, e o outro contra a sua posse. Os manifestantes bloquearam avenida e colocaram fogo em papeis e lixo na camin
hada em direção ao Centro. Uma viatura da polícia também foi atacada. Houve ataques a agências bancárias. A Tropa de Choque foi acionada para dispersar a manifestação. Uma jovem foi atingida no olho e disse ter perdido a visão.
Na quinta-feira (1º), em mais uma manifestação no Centro de São Paulo, a Polícia Militar usou bombas depois que um grupo de manifestantes passou a jogar paus e pedras.
Fonte – G1