Os salários dos sete vereadores suspeitos de corrupção na prefeitura de Vilhena (RO) foram suspensos, nesta quarta-feira (1), durante uma sessão ordinária na Câmara Municipal. Dos parlamentares investigados pela Polícia Federal (PF), cinco estão presos e dois continuam foragidos da Justiça de Rondônia. Durante a votação, a Casa de Leis ficou com a capacidade máxima de pessoas, pois a população compareceu na intenção de pressionar os parlamentares a votarem a favor do cancelamento.
A discussão e votação do projeto levou aproximadamente dez minutos. De maneira unânime, os parlamentares decidiram pelo cancelamento do salário dos vereadores investigados, que ia de R$8mil à 12mil por mês.
“Sou totalmente contra eles continuarem recebendo. Como toda a população acho que também estava. Foi mais justo cancelar”, disse o representante comercial, Adriano Herlei, após assistir a sessão.
Segundo a presidente da Câmara, Maria José (PDT), a iniciativa de suspender o salário dos vereadores que não estão exercendo o mandato foi motivada por questões morais e éticas.
“Tivemos que tomar o parecer junto com a assessoria jurídica baseando também no Ministério Público (MP) que já tomou decisão idêntica em caso semelhante. Estou muito orgulhosa que a população tenha comparecido na sessão e está atenta aos acontecimentos do nosso município”, afirmou.
O diretor financeiro da Casa explicou que, a partir da votação, a decisão já entra em vigor. Disse ainda que aqueles vereadores que foram afastados antes do fim de outubro terão os valores do 13° reajustados pelos dias EM que não trabalharam.
Procurada, a defesa de Junior Donadon diz que está tomando pé da situação e que, por enquanto, atua nas questões criminais e busca revogar a prisão preventiva do parlamentar. Já a esposa de Donadon diz que vai recorrer da decisão da Câmara, pois a decisão da Justiça não vetava os provimentos.
O advogado de José Garcia, que também está preso, não quis comentar a votação. Já as defesas de Vanderlei Graebin, Carmozino Alves e Marcos Cabeludo não foram localizados pela reportagem para falar sobre as suspensões dos salários.
Os advogados de Jairo Peixoto e Marta Moreira, que estão foragidos, declararam que vão recorrer desta decisão da Casa de Leis de Vilhena, pois este é um direito do vereador eleito.