A votação da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho, foi adiada pela segunda vez e provocou protestos da população presente no auditório. A segunda tentativa de eleger a presidência e o secretariado da casa aconteceu nesta segunda-feira (2), mas quatro vereadores faltaram. Com seis parlamentares presentes, a sessão não teve quórum suficiente para a eleição.
No domingo (1º), a sessão de posse da prefeita, vice e vereadores foi presidida pela parlamentar mais bem votada do município, Leninha do povo (PTB). Ao final da cerimônia, ela anunciou que a eleição da mesa aconteceria às 13h.
Contudo, no horário marcado compareceram apenas seis vereadores: Rafael Maziero (PSDB), Ronildo Macedo (PV), França Silva da rádio (PV), Célio Batista (PR), Samir Ali (PSDB) e Adilson chassi Laser (PSDB).
Faltaram quatro vereadores; Leninha do povo (PTB), sargento Suchi (PTN), Rogerio da distribuidora (PTN) e Vera da farmácia (PMDB). Com a falta de Leninha, o segundo vereador mais bem votado, Rafael Maziero, assumiu a presidência interinamente.
Outra sessão foi marcada para as 9h desta segunda-feira, e o auditório estava lotado. Porém, os mesmos quatro vereadores faltaram novamente, e a eleição foi marcada para acontecer às 19h30 de terça-feira (3).
Com isso, as pessoas presentes protestaram e gritaram em coro os termos “vergonha” e “foragidos”. “Esses vereadores foragidos estão agindo com desrespeito com a população. Tem um jogo por trás disso. Nós votamos e temos direito de cobrar”, enfatiza José Felisberto, mestre de obras.
O lavrador José Justino da Silva salienta que os parlamentares disseram que haveria mudanças na nova gestão, durante os discursos de posse. No entanto, já mostraram atitudes diferentes. O contador Ademilson Oliveira reitera a indignação.
“É revoltante. É lamentável a gente vir para uma sessão pela segunda vez e infelizmente não ter votação por falta de quórum. Acho uma injustiça com a sociedade”, destaca.
O presidente da câmara em exercício, Rafael Mazieiro, explica que os parlamentares foram convocados e que apenas Leninha justificou a ausência. “Ela apresentou atestado médico de dois dias. Enquanto não houver a eleição da mesa diretora, não há como votar nenhum projeto e o município fica parado”, ressalta.
Na conta pessoal de uma rede social, o vereador sargento Suchi emitiu uma nota de esclarecimento no domingo (1º), onde diz que, juntamente com Vera da Farmácia e Rogerio da distribuidora, acompanharam Leninha no atendimento hospitalar, e por isso faltou à sessão daquele dia.
Vereadores presos
A Câmara de Vereadores atualmente dispõe de 13 cadeiras, mas três parlamentares reeleitos para a nova gestão estão presos; Carmozino Alves (PSDC), Vandereli Graebin (PSC) e Junior Donadon (PSD).
Júnior foi o 5º mais votado da cidade e recebeu 1.057 votos, o que corresponde a 2,3% dos votos válidos. Graebin foi eleito pela 6ª vez consecutiva com 950 votos e Carmozino pela 4ª vez, com 921 votos.
De acordo com a Câmara de Vereadores, os vereadores presos têm 15 dias, a contar do dia 1º, para tomar posse. Casso isso não ocorra, eles podem perder o mandato.
Além de Carmozino, Vanderlei e Junior, também estão presos os ex-vereadores José Garcia da Silva (DEM), Antonio Marco de Albuquerque (PHS), Jaldemiro Dedé Moreira (PP) e Maria Marta José Moreira (PSC).
Investigações da Polícia Federal (PF) e Ministério Público de Rondônia (MP-RO) apontam que os parlamentares participavam de um esquema de aprovação de loteamentos na cidade, mediante recompensa. Para os loteamentos serem aprovados, eles recebiam terrenos e quantias em dinheiro.
Com informações do G1