Os vereadores reeleitos Júnior Donadon (PSD) e Vanderlei Amauri Graebin (PSC) tomaram posse na manhã deste sábado (14), na Câmara Municipal de Vilhena, no Cone Sul de Rondônia. Para participar da cerimônia, os parlamentares saíram ainda na madrugada do Centro de Correição da Polícia Militar em Porto Velho, onde estão presos desde outubro de 2015, além de arcarem com as despesas da viagem.
Por volta das 9h30 da manhã, chegaram a Casa de Leis dentro de viaturas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Eles desceram do veículo sem algemas e foram escoltados por seis policiais até a sala do presidente da Câmara, Adilson de Oliveira (PSDB).
A cerimônia foi rápida e puderam participar apenas os familiares, políticos e a imprensa local. Do lado de fora, cerca de 50 pessoas protestavam contra a posse. “É revoltoso, mas isso é Brasil. A lei deixou essa brecha, daí fica complicado”, disse o professor José Carvalho.
Segundo o advogado dos vereadores, José de Almeida Júnior, no momento, os clientes não comparecerão nas sessões por estarem em regime fechado. Por isso, na segunda-feira (16) irá protocolar um documento comunicando a Câmara sobre a ausência dos clientes.
“A esperança é que em breve eles consigam habeas corpus e possam comparecer as sessões e exercerem efetivamente o cargo público”, disse Almeida Júnior, que também é responsável pela defesa Carmozino Alves Moreira (PSDC), preso empossado na última sexta-feira (13).
Com a posse, Júnior inicia o 2° mandato consecutivo. Nas eleições de 2015, ele foi o 5º mais votado da cidade e recebeu 1.057 votos. Já Graebin estreia o seu 6ª mandado consecutivo, com 950 votos.
Bate-boca
Enquanto Júnior e Graebin retornavam para a viatura rumo a capital, os familiares aplaudiam e a população vaiava. Em certo momento, a mulher do vereador Graebin e uma familiar entraram em uma discussão acalorada com alguns eleitores. O ato foi controlado pela polícia, que fazia uma barreira física entre os familiares e protestantes.
Sete vereadores presos
Entre outubro e novembro, sete vereadores de Vilhena foram detidos pela Polícia Federal (PF): José Garcia da Silva (DEM), Graebin, Carmozino, Junior, Antonio Marco de Albuquerque (PHS), Jaldemiro Dedé Moreira (PP) e Maria Marta José Moreira (PSC).
As investigações apontam que os parlamentares participavam de um esquema de aprovação de loteamentos na cidade, mediante recompensa.
Para os loteamentos serem aprovados, eles recebiam terrenos e quantias em dinheiro. Após as prisões, os vereadores foram afastados dos cargos na Câmara e tiveram o salário suspensos.
Carmozino e Junior Donadon entraram com mandado de segurança, e a Justiça determinou o pagamento dos salários para os dois políticos.
Fonte – G1 – RO