Além da teca, cidade também cultiva pinus em terras baratas
O rendimento superior a US$ 42 milhões, a presença dessa árvore em 68% dos municípios de Rondônia e o escoamento pelo porto organizado de Porto Velho dão visibilidade à teca (Tectona grandis, também chamada comercialmente de teca, teak ou djati). Ela requer solos de boa fertilidade natural.
A Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) debaterá perspectivas para o setor no 3º Seminário Plantar Árvores em Rondônia é um bom negócio, nos dias 12 e 13 de maio, no auditório da Faculdade Avec, em Vilhena.
O produto semiacabado da teca chega à Europa servindo para a fabricação de convés de barcos, iates e navios. A árvore resiste a fungos, cupins e outras pragas.
Já o pinus tropical estende-se por 3,4 mil hectares de Vilhena, em solos de baixa fertilidade e baratos.
“A goma resina, por exemplo, já é conhecida por ouro branco no estado”, comentou o coordenador do Programa Florestas Plantadas, Edgard Menezes Cardoso.
Pinus tropicais rendem goma resina para o mercado nacional e para a Europa, onde abastecem indústrias de cosméticos e de produtos farmacêuticos, tintas e vernizes, e componentes de papéis especiais para impressão. “A lista é extensa, totalizando mais de 2,8 mil subprodutos”, lembrou Edgard Menezes.
Áreas pioneiras de teca têm mais de 40 anos de cultivo, em Mato Grosso. Ela serve para a fabricação de móveis finos. Alcança 18m de altura e foi plantada pela primeira vez em Ouro Preto do Oeste nos anos 1970, mas a escala empresarial só ocorreu 28 anos atrás. Agora, é vista também na chamada região da Ponta do Abunã, em Extrema e Nova Califórnia, no município de Porto Velho.
“Hoje temos aproximadamente dois mil hectares de áreas em franca produção nos municípios de Colorado do Oeste, Espigão do Oeste, Ouro Preto e Pimenta Bueno, onde fica o maior plantio (cerca de 300 hectares). Países asiáticos (China, Índia, Vietnã e Paquistão) compram o produto em toras”, assinalou o coordenador.
Nativo, o pinho cuiabano também já se destaca nos itens florestais plantados na Amazônia Ocidental brasileira. Segundo Edgard Menezes, o retorno de oito empresas de compensados e laminados às atividades normais, graças ao incentivo de política pública do governo de Rondônia, trouxe ânimo ao setor.
A Política Agrícola para Florestas Plantadas no Estado de Rondônia, criada por projeto de lei do governo e aprovada pela Assembleia Legislativa, beneficia empresários e técnicos do setor florestal na busca de novo ciclo da economia estadual.
ÂNIMO
Em Alta Floresta do Oeste, Ariquemes, Buritis, Cacoal, Espigão do Oeste, Ji-Paraná, Ministro Mário Andreazza e Rolim de Moura, empresas do ramo contrataram trabalhadores e ampliaram seu parque industrial.
“A situação melhorou consideravelmente, do campo à cidade”, disse Menezes.
Eucalipto (2,1 mil ha plantados) é o quarto item do programa governamental. O coordenador lembra que ele é muito utilizado atualmente na recuperação de pastagens, na construção de cercas e na secagem de grãos, por meio da geração de energia térmica.
Ao mesmo tempo, a árvore é usada nas caldeiras de indústrias de cerâmica, em laticínios e panificadoras nos municípios de Cacoal, Porto Velho e Pimenta Bueno.
“Futuramente, quando tivermos ferrovia para garantir a logística, o eucalipto proporcionará a instalação de pelo menos uma indústria de celulose. Um dado interessante é que a China será o grande comprador, pois a urbanização das cidades por lá exige enorme quantidade de papel higiênico”, comentou o coordenador.
Menezes aponta os principais fatores para o êxito do eucalipto em Rondônia, que são a produtividade alta (clones estão acima de 60m³/ha/ano), baixo preço das terras e serve de matéria-prima para a geração de energia elétrica.
Fonte: Foto ilustrativa