Na tarde de terça-feira, 28 de março, o Secretário Municipal de Meio Ambiente (Semma), Jorge Rabello, visitou a redação do VILHENA NOTÍCIAS para esclarecer algumas situações acerca da obra da macrodrenagem, que venho causar a grande erosão no ponto do final da avenida Curitiba, na divisa dos bairros Parque Cidade Jardim I e II, Bodanese, Marcos Freire e Cristo Rei.
Perito judicial ambiental e gestor de resíduos sólidos, ele atuou cerca de 2 anos como gerente da unidade de triagem do Aterro Sanitário de Vilhena. Hoje, ele comanda a pasta ao qual foi nomeado pela prefeita Rosani Donadon (PMDB) no início de sua gestão, em janeiro deste ano.
O projeto da macrodrenagem foi criado em 2008, ainda na gestão de Marlon Donadon, mas começou a ser executado em 2012 no final do primeiro mandato de José Rover (PP), o custo total da obra foi cerca de R$25 milhões.
Como períto na área, Jorge contou que buscou tecnicamente descobrir qual foi o erro que causou o agravamento da erosão, que já existia no local antes mesmo da obra. De acordo com ele, ouve um equívoco profissional muito forte na execução do projeto.
O secretário relatou que, por ser uma obra de alto impacto, a macrodrenagem foi licenciada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiental (Sedam), responsável pelo acompanhamento e fiscalização da obra. A secretaria municipal atuou como requerente da licença ambiental.
Segundo Jorge, procedimentos importantes de avaliação de impacto ambiental foram negligenciados em sua execução, o EIA (Estudo de Impacto ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), ainda na fase de licença prévia.
“Existem três coisas importantes para questões ambientais, EIA, RIMA e PCA (Plano de Controle de Ambiental). Uma obra daquele tamanho tem que ter um estudo de impacto ambiental. O que foi feito ali foi apenas o Plano de Controle Ambiental direto, sem nada. Mandaram começar a obra sem o EIA e sem o RIMA”, explicou.
Ele ainda salientou que só é realizado apenas o PCA quando se trata de uma obra pequena e simples, o que não é o caso da macrodrenagem. De acordo com ele, o engenheiro da prefeitura se negou a assinar apenas o PCA, mas o documento foi assinado por outro profissional contratado. Se houvessem realizado o estudo de impacto ambiental no local antes de lançarem o PCA, afirmou Jorge, a situação da área não estaria da forma que está hoje.
Busca pela solução
Para acabar definitivamente com a erosão no local, será necessário montar um novo projeto e emitir outro licenciamento, pois a situação ambiental do local, principalmente de solo para a vazão de água, já não é a mesma. O custo da nova obra será de R$22 milhões, quase se iguala ao valor de toda a obra da macrodrenagem na cidade.
Jorge explicou que na quarta-feira, 22 de março, cinco dias antes da chuva que causou o avanço de mais de 10 metros da cratera, as secretarias municipais de meio ambiente, de planejamento e de governo se reuniram com a promotoria, dois engenheiros, a Sedam e com dois moradores da região afetada. Na reunião, os secretários foram orientados a realizar um manifesto ambiental de urgência.
“Os bombeiros já estiveram no local e emitiram um laudo catastrófico, este laudo será apresentado na Sedam, para que o órgão vá ao local para realizar a vistoria que tem que ser envida para Porto Velho para análise”, disse o secretário, que afirmou que irá junto para a capital entregar em mãos o documento e garantir a agilização do processo.
Medidas de emergência
Enquanto se aguarda o processo de liberação da obra de reparação da área, é preciso tomar medidas para conter o aumento da cratera. Segundo Jorge, pedras devem ser colocadas na cratera para segurar as paredes e dissipar a energia da água.
“As pedras devem ser colocadas imediatamente pois aquele ponto recebe o escoamento de água de três bairros, as pedras irá dissipar a energia da água e vai segurar as paredes para que não haja mais desabamentos”, finalizou.
FONTE: Vilhena Notícias