Na manhã de quinta-feira 2 de março, a Secretária Municipal do Meio Ambiente (Semma) deu início a um circuito de palestras sobre resíduos sólidos (lixo) nas escolas municipais de Vilhena. A escola Abilio Juliano Nicolielo Neto foi a primeira a receber orientações sobre o descartes e reaproveitamento de cada tipo de material. Esta ação é uma introdução para a implantação da coleta seletiva na cidade.
O secretário Jorge Rabello, que é gestor de resíduos e trabalhou cerca de 2 anos como gerente da unidade de triagem do Aterro Sanitário de Vilhena, transmitiu um pouco do seu conhecimento sobre o assunto, de forma didática, aos professores e diretoria da escola. O objetivo, de acordo com ele, é trabalhar com a conscientização das crianças e assim atingir indiretamente os pais.
“A mente do adulto possui um tradição, por isso se torna resistente à questão ambiental. A mente da criança é totalmente executiva, então temos que trabalhar, a curto prazo, com a repreensão nas crianças. A mente delas é o melhor instrumento de mudança de consciência ambiental. Elas, com certeza, irão passar para os pais e assim começamos um círculo que, a médio e longo prazo, vai dar resultados”, explicou.
Jorge esclareceu o funcionamento da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis em Vilhena e como ela ajuda na inclusão de pessoas na sociedade, proporcionando uma renda mensal para essas pessoas, além de usar um material que entendemos como lixo para gerar lucro para a cidade.
A diretora da escola, Elzeni Marta de Oliveira contou à reportagem do VILHENA NOTÍCIAS que pretende elaborar uma palestra específica para as crianças, afim de repassar todo o aprendizado que receberam. “Até nós não sabíamos que lixo não era lixo. Agora vamos fazer algo voltado para as crianças, porque a forma de aprendizado delas é diferente. A escola é o local de ensinar, através da criança atingimos sua família também”, relatou.
Para a professora Francieli Dalla Corte, que afirma ser muito preocupada com o meio ambiente, a palestra foi algo essencial para os dias de hoje. “Eu sou muito preocupada com o meio ambiente e acredito que existe muitas pessoas preocupadas, mas elas não sabem direito como agir”. Ela destacou também que as crianças costumam executar com eficácia o que aprendem na escola. “A crianças, as vezes, escutam mais o professor do que os pais. A gente sempre trabalhou assim com a reciclagem. Pra não jogar lixo no chão, na época das queimadas não jogar cigarro no chão. Na escola realmente é um bom ponto de partida”, disse.
Economia para o município
Na palestra, o secretário apresentou projetos que podem ser executados para gerar economia ao município. Um deles seria a utilização do lixo orgânico para a produção de adubo natural.
De acordo com Jorge, de dez toneladas de lixo produzido 40% é orgânico. “Se nós segurarmos esse material orgânico e fizer a compostagem, que só pode ser feita a 10km da área urbana por causa do mal cheiro da decomposição dos alimentos, iremos produzir um adubo natural de 86% de aproveitamento, que pode ser vendido para os chacareiros”, explicou.
O óleo de cozinha usado, que se torna um veneno para o lençol freático, também é uma opção para a produção de sabão. Segundo o secretário, um projeto com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) pode surgir futuramente. “Já conversei com a secretaria Raquel Donadon para elaborarmos um projeto e criarmos uma fábrica de sabão dentro da cooperativa. O nosso objetivo é recolher todo o óleo usado e assim a Semed não vai precisar comprar mais sabão. Olha a economia que o município vai ter”.
A madeira, com o tratamento adequado feito pela cooperativa, pode também ser reaproveitada e vendida como combustível para padarias e pizzarias da cidade.
FONTE: Vilhena Notícias