Obras do Atacadão está a todo vapor, enquanto terreno da Havan está abandonado

Investimento do grupo Carrefour está previsto para concluir obra ainda no primeiro semestre deste ano. Se depender das obras que estão em ritmo acelerado, o Atacadão deve inaugurar suas instalações primeiro que a Havan

Anunciada como um de seus grande feitos, o prefeito de Vilhena, José Luiz Rover (PP), no dia 11 de março de 2015, divulgou que uma unidade das Lojas Havan, se tornava naquela data realidade para a população vilhenense. Os empresários da rede, que conta com mais de 100 mil produtos, receberam do município uma “doação” da área para a instalação da loja que fica localizada próxima as margens da BR-364 na Avenida Marechal Rondon onde era a antiga madeireira Schumman.

Para o presidente Luciano Hang, a expectativa de abertura da loja tinha como prazo máximo até julho daquele ano. Além disso, o presidente afirmou que a Loja teria um espaço que ocuparia uma área de 26.400,00m². “A loja de Vilhena será maior do que a que temos em Cuiabá, capital do Mato Grosso”, relatou Hang.

A “doação” do terreno gerou atritos entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Vilhena. Isso devido a Lei de Código e Postura do Município, que atua no planejamento de construções. Pois a Havan tinha adquirido dois terrenos, mas entre eles havia uma rua. Sendo assim, a prefeitura agilizou o processo para fazer o desafetamento da rua, para que o terreno fosse unificado. Como contrapartida, a prefeitura alegou que a “doação” do terreno era uma “troca de favores”, pois a Havan geraria de forma imediata mais de 250 empregos diretos, além de outros indiretos.

Para os vereadores naquela ocasião, o projeto de lei de número 4.569/2015 que autorizava o Poder Executivo a doar com encargos, imóvel municipal à Empresa Brashop S/A (Havan), gerou polêmica. A área estaria avaliada em R$ 373.333,33 para a construção da empresa, e a prefeitura havia pedido urgência para a aprovação do projeto. Os vereadores ressaltaram que a mesma agilidade não era solicitada para os pequenos empresários do município. Por fim das contas, o projeto acabou sendo aprovado devido à oportunidade de gerar novos empregos e fomentar a economia do município.

Alguns meses se passaram e o prefeito Zé Rover havia encaminhado à Câmara de Vereadores um outro projeto de lei, pedindo para que a Havan ficasse isenta de tributos municipais nos próximos 120 meses. O projeto ainda alegava a isenção pelo período de dez anos do IPTU, incidente sobre o imóvel objeto do investimento; isenção sobre o Imposto de Serviço de Qualquer Natureza (ISQN); isenção de taxas e emolumentos referentes aos atos administrativos necessários para a regularização do projeto, implantação e funcionamento do empreendimento. Mas, a Câmara reprovou o projeto.

Os meses foram passando e a obra não saía do papel. A Havan havia anunciado que iniciaria obras também no município de Cacoal, enquanto Vilhena ainda permanecia sem o início do projeto. Em novembro do mesmo ano, o CN publicou uma matéria intitulada “Projeto de Construção da Havan em Vilhena não saiu do papel e MP pode ser acionado”. A edição de número 627 deste impresso gerou uma enorme repercussão, e fez com que o presidente da empresa, Luciano Hang, se pronunciasse sobre o tema.

O empresário relatou que os projetos com a Havan de Vilhena continuavam firmes e que os acordos seriam cumpridos. Luciano relatou que a obra na cidade de Cacoal era mais um projeto do grupo, mas que a prioridade para início das obras ainda seria a cidade de Vilhena. Sobre o não início das obras, o empresário afirmou que isso era devido a questões administrativas da empresa, mas que em breve seria solucionado.

Por outro lado, o empresário afirmou que um dos investimentos que a empresa traria ao município já estava sendo providenciado. A Havan doou uma esteira para o Aeroporto Brigadeiro Camarão.

O imbróglio do caso Havan não saía do papel e no final do mês de novembro foi anunciado que a empresa Atacadão do Grupo Carrefour teria uma sede no município. Eduardo Moriel que ocupa o cargo de coordenador de obras na Construtora Pietrauno, afirmou que as obras seriam iniciadas no final de dezembro ou no mais tardar início de janeiro deste ano.

A empresa seria instalada na avenida Celso Mazutti, trecho localizado no Parque São Paulo. O Grupo Atacadão possui mais de 118 unidades em todo o território nacional.

Conforme o cronograma estipulado por Eduardo, as obras do Atacadão iniciaram em janeiro de 2016. Hoje a obra tem média de 150 funcionários e a previsão de entrega é de junho deste ano. Conforme a assessoria da empresa, a unidade de Vilhena terá uma boa variedade de produtos além de possuir mais de 10 mil opções em itens.

Por outro lado, o terreno cedido pelo município a Havan, ainda não teve suas obras iniciadas. Desde que foi anunciada em março de 2015, mais de 370 dias haviam se passado e o terreno permanece vazio, apenas com a placa quase coberta pela mata, “Breve Aqui, Havan – Vilhena-RO”.

Gustavo França (Correio de Notícias)

Foto: Gustavo França

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