Uma família precisou cavar uma sepultura às pressas para poder enterrar uma parente no cemitério de Chupinguaia (RO), a cerca de 700 quilômetros de Porto Velho. Segundo familiares, o trabalho precisou ser feito por eles, pois ao chegar no local do enterro de Maria Custódio da Silva o buraco não havia sido aberto pelo coveiro da prefeitura, na terça-feira (4).
Revoltados com o problema no cemitério, os familiares gravaram um vídeo para mostrar o momento que eles cavaram a sepultura.
A manicure Claudinéia Custódio, filha de Maria, conta que a mãe sofria de problemas do coração há anos. Na segunda-feira (3), Maria passou mal, foi levada para a unidade de saúde, mas teve paradas cardíacas e não resistiu.
Com a notícia do falecimento, Claudinéia conta que procurou o coveiro e comunicou o horário do sepultamento, que aconteceria no dia seguinte.
Na manhã de terça-feira, a filha de Maria foi ao cemitério e não encontrou o profissional e nem a cova aberta. Diante disso, procurou um órgão da prefeitura e foi informada que o coveiro tinha chegado ao local e faria o serviço.
Contudo, no horário marcado para o enterro, o buraco ainda não estava aberto.
“O coveiro é um senhor de idade e tinha dificuldades para fazer a metragem da cova. Começou a furar o buraco torto. Como já estava passando da hora de enterrar mamãe, os familiares se juntaram para terminar o que o coveiro mal tinha começado. Com isso, ele foi embora. Ela deveria ter sido enterrada às 9h, mas o enterro só aconteceu perto do meio-dia”, relata.
A manicure ressalta que a família sabe que deve se responsabilizar pelo entijolamento da cova, mas a abertura do buraco deveria ser feita pela prefeitura.
Um irmão de Maria fez um vídeo, onde denuncia a situação. “Essa não é a primeira vez que isso acontece, de familiares terem que abrir a cova dos seus parentes. Isso é revoltante. A mamãe era uma pessoa muito querida, pioneira da cidade e merecia um sepultamento digno. A família ficou ainda mais abalada com essa situação”, destaca a filha.
Posicionamento
Procurado, o secretário da Secretaria de Obras (Semosp), Claudio Rodrigues, afirmou que o coveiro prestou o serviço adequadamente.
“Isso nunca aconteceu. Ele fez o buraco até a altura padrão. O senhor que está prestando serviços no cemitério, trabalha há mais de 10 anos na prefeitura e fez o procedimento normal. Fizemos nossa parte e tratamos todos com respeito”, conclui.